Por não querer ser extemporâneo deixei
esta breve apreciação sobre as autárquicas em Fafe para as vésperas da tomada
de posse da Câmara e respetiva Assembleia Municipal… e sim viveram-se com
penosidade, incerteza e insatisfação os dias que se seguiram à eleições, em cada
esquina, rua, café ou botequim se discutia vivamente argumentos contra e a
favor, mas curiosamente todos em defesa da Democracia!
Por certo, nenhuma força
partidária terá gostado do desfecho das eleições no dia 29, o PS obviamente por
perder uma maioria e ter de ceder tereno aos rivais, os Independentes por não
terem obtido a vitória por margem escassa e o PSD por ter almejado capitalizar
a desmobilização do PS e ver esse eleitorado desejoso de mudança refugiar-se
noutras paragens (o descontentamento esteve sempre patente nos contactos com o
eleitorado e isso posso expressar por experiência própria) restando para
análise a dimensão do peso das condicionantes nacionais face às locais. Noutro
patamar, o CDS viu a sua chama perder-se em ritmo de tragédia grega, já a CDU
manteve-se fiel a si mesma.
Ainda três notas, uma positiva
pelo alvoroço pós eleitoral ter tido o condão de promover um esclarecimento
geral sobre os procedimentos que envolvem o processo, uma segunda negativa pelo
cavalgar da abstenção parecer um movimento imparável, mesmo com movimentos “apartidários”,
e por fim uma ultima, mas talvez a mais importante, o amanhã traz um mundo novo
e a nova correlação de forças determinará se teremos entendimentos aqui e ali
ou se existirão estratégias de estabilidade nos diversos órgãos, no entanto,
estas eleições abriram feridas fundas que o tempo provavelmente não sanará…
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